O Bairro do Aleixo - Digressão Mundial

sábado, janeiro 29, 2005

Isaac

É paquistanês. Ninguém sabe o seu verdadeiro nome. Fala muito e gosta de fazer amigos. Já trabalhou como porteiro num dos bares de show girls da Darlinghurst St, foi despedido por ter assaltado um cliente.
Toda a gente de Kings Cross o conhece. Agora passa os dias na rua. Dorme agachado num banco do relvado, ao fundo da rua.
Quando precisa de dinheiro pede a alguns amigos que ainda tem. Às vezes oferece-se para trabalhar. Pouca gente confia nele.
Hoje não conseguiu dinheiro suficiente. Entrou num take away e roubou uma carteira. Correu pela rua até ser apanhado por dois seguranças de uma discoteca.Espancaram-no. Caiu. Bateu com a cabeça no passeio. As meninas da casa de massagens do outro lado da rua chamaram uma ambulância. A polícia também veio. Fecharam a rua. Levaram o corpo. Procuraram testemunhas. Os néons não pararam de piscar, nem os seguranças deixaram de dizer ‘do you want to have a look tonigh, sir?’.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

Dificuldades.

O ócio deixa-me cansado. Tenho passado os dias concentrado nas minhas sandálias e à procura da posição mais confortável na cadeira ou no sofã, aqueles sofãs macios que os cafés modernos gostam de ter.
Gosto da palavra ‘lounge’, principalmente quando está associada a espaços com ar condicionado, livres de tabaco e de maus cheiros.
Exercito-me recostado em almofadas vermelhas cinco horas por dia, no mínimo. Uso mais três horas em refeições faustosas. Faço provas de quase todas as colheitas do hemisfério sul. (Ainda não encontrei vinho chileno!)
Experimento combinações de frutas locais e importadas. Uma vez por outra arrisco temperos asiáticos.
Fico com pouco tempo depois de todas estas actividades e não consigo abdicar de dez horas de sono.
Quando, por acaso, não encontro a posição totalmente confortável, passeio. Muito devagar, porque as cidades são pequenas e as grandes distâncias são demasiado grande para não serem percorridas de comboio ou avião.
Ouvi dizer que em Tuvalu há poucos sofãs.

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Eddie

Passa os dias na esquina da William St com a Victoria St. Bebe muito. Traz sempre a garrafa dentro de um saco de papel. Normalmente aparece ao fim da tarde. Aos fins de semana aparece mais cedo.
É um homem forte. Ombros largos, rosto musculado. Caminha curvado, nunca levanta os olhos e, apesar do calor, usa sempre um casaco azul, de malha, muito grosso e quase tão velho como ele. Os poucos cabelos que tem caem-lhe pelos ombros. Tem a cara suja, as mãos sujas, o cabelo sujo.
Não pede moedas. Fica parado a porta da casa de apostas, mão estendida e olhar fixo no chão ou num caixote de lixo.
Ninguém sabe de onde é, mas na mala que deixa pousada ao seu lado pode-se ler o nome de uma cidade e as iniciais NSW.
É normal tentarem roubá-lo. Duas ou três pessoas aproximam-se dele, empurram-no, metem-lhe as mãos nos bolsos. Levam as poucas moedas que encontram. Ele não reage. Já se habituou.
Foi visto várias vezes a gritar, a chamar por alguém. Um nome incompreensível.
Ao fim da noite desce a Victoria St e desaparece no meio do jardim.

O plano

Como se vê, parte das investigações iniciais estão suspensas. As possibilidades de estender os negócios a outros territórios são de cada vez menos. Temos que esperar pelo regresso a Melbourne.
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Tenho na mão dois bilhetes de avião. Um leva-me até Nadi, Fiji. O outro leva-me até TUVALU. Finalmente!

quarta-feira, janeiro 26, 2005

Sydney

Chegada à cidade no dia da Austrália. Dando um rápido passeio pelas ruas em dia feriado fico assustado com a multidão, com as garrafas e copos de cerveja espalhados pelo chão, com as filas dos take away.
Há fogo de artifício no Darling Harbour. Porto Querido soa melhor.

terça-feira, janeiro 25, 2005

Great Mate

Num ponto de reabastecimento no deserto vi uma placa que homenageava ‘Paul and Gorge, two great mates’.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Kungka

Ou uma rapariga chamada Rapariga. Nasceu em Alice Springs. Mãe aborígene, pai branco. A mãe pinta telas e tapeçarias, estabeleceu-se em Alice Springs há alguns anos para vender os seus trabalhos. Não virou costas à comunidade e foi seguida por mais cinco artistas. São o primeiro rosto de duas aldeias aborígenes a alguns quilómetros da cidade.
Kungka nasceu por acaso há vinte e três anos. Pouco tempo depois da mãe se ter mudado para a cidade. Viu as ruas a crescer, os hotéis a serem construídos, a cidade a ficar maior. Acompanhou, ainda jovem adolescente, os problemas entre o governo australiano e a comunidade aborígene. Festejou com a mãe os acordos de cooperacção estabelecidos para a preservação das aldeias e dos locais sagrados e para a criação do Kata Tjuta National Park. Cresceu. Ficou adulta. Ainda não se apaixonou.
Conheceu mal o pai. Recorda-se apenas de o ter visto algumas vezes há mais de dez anos. A mãe mostrou-lhe algumas fotografias e fala muitas vezes dele. Vive em Melbourne e tem outra família.
Kungka orgulha-se do seu sangue, da sua fisionomia mestiça, dos olhos verdes. Fala inglês e meia dúzia de dialectos aborígenes.
Trabalha no Centro Cultural de Kata Tjuta e gosta de falar sobre a sua tribo e sobre a sua vida. Aconselha livros, explica os desenhos expostos nas paredes. Sorri muito.
Sorri quando lhe digo que está muito calor para fazer caminhadas em Kata Tjuta, que já foi suficiente ver Uluru, que não deviam instituir locais para ver o pôr e o nascer do sol. Que era melhor falar com ela do que tirar fotografias no deserto ou subir ao Kings Canyon.
Kungka é uma mulher bonita.

domingo, janeiro 23, 2005

Alice Springs.

Quente, muito quente. Chego de avião.
Alice Springs nasceu em parte por estar no meio do continente, por ser o ponto onde se cruzam as linhas de combóio e as estradas Este-Oeste/Norte-Sul e pelo telégrafo instalado na altura da corrida ao ouro e aos diamantes. O telégrafo ainda existe.
Alice Springs já fica no estado do Território do Norte e é governado em parceria pela comunidade aborígene e pelo governo.
Agora é uma cidade extensa, com muitas unidades hoteleiras e muitas agências de turismo de aventura.
A comunidade aborígene de Alice Springs vive sobretudo da venda de artesanato. Não se misturam com os brancos, falam mal inglês. Cruzo-me com muitos num domingo. Sentam-se à sombra das árvores e nas bermas do passeio. Bebem muito.

Adelaide

Nome de mulher. Cheguei ao fim da tarde e parti de manhã. Adelaide podia ser apenas o nome da rapariga que me serviu três cervejas no Exeter, da Rundell Street. Podia ser também o nome da companheira de Louis, um velhote de barbas brancas, muito magro, que ganha parte da vida a recolher garrafas e embalagens nos caixotes de lixo do centro da cidade. Tem uma bicicleta tão velha como ele. Cada garrafa, cada embalagem, vale cinco cêntimos na reciclagem.

sábado, janeiro 22, 2005

Os hotéis

Todas as vilas pequenas, em particular as dos estados do sul, têm pelo menos um hotel. Este hotel, para além de alugar quartos, concentra diversos serviços: casa de apostas, devidamente equipada para se poder acompanhar em directo as corridas de cavalos, de raposas e outros eventos; restaurante e café; bar nocturno com serviços alternativos; casa de jogo com slots e alguns jogos de mesa; discoteca e sala de concertos; frequentemente também loja de utilidades, agência de correios e bancária ou uma mercearia.
Normalmente estes hotéis são o centro da vila. Ocupam edifícios de dois ou três andares construídos no início do século XX e têm umas fantásticas placas de metal com letras e desenhos a indicar os serviços prestados. O primeiro e o segundo andar têm varandas. O neon a brilhar ‘Hotel’ está no telhado. O rés do chão tem um alpendre a toda a extensão e diversas portas que dão acesso às diferentes salas.
Parecem-se com os hotéis do oeste americano que vemos nos filmes. Há sempre alguém razoavelmente bêbado sentado ao balcão com quem podemos meter conversa.

O controlo policial

Enquanto conduzia suavemente em direcção à fronteira entre os estados de Victoria e da Austrália do Sul, fui mandado parar por um controlo policial. Como ia a conduzir pela esquerda, dentro dos limites de velocidade e bastante atento à estrada, não percebi que a paragem era para mim e dei sinal para ultrapassar os carros que estavam parados no mesmo controlo.
Só percebi a infracção quando dois ‘mates’ da polícia se puseram à minha frente e gritaram ‘What the hell are you trying to do, mate?’. Tentei desculpar-me da melhor forma possível e fazer marcha atrás. Operação difícil num carro de mudanças automáticas. ‘Be careful mate, there is another car behind you.’
Claro que a caixa de velocidades nunca faz aquilo que é preciso e a operação não correu muito bem.
Pedi as devidas desculpas e o agente da autoridade fez-me soprar ao balão.
Como eu não bebo alcoól, pude seguir viagem sem problemas.

The Great Ocean Road

De Melbourne em direcção a Adelaide. Novecentos quilómetros de estrada costeira, passo por pequenas cidades e alguns aglomerados de casas voltadas para o oceano.
De um lado temos o mar, penhascos e praias às vezes. Do outro lado montanhas, eucaliptos e sinais a indicar a provável presença de cangurus e coalas na estrada. Os únicos animais que vejo são pássaros.
A primeira paragem é em Apolo Bay: uma praia, uma pequena vila com alguns restaurantes e motéis virados para a baía. Há muitas baías na costa sul da Austrália.
Sigo depois pelo meio do Otway National Park em direcção a um ponto de observação do oceano e dos 12 Apóstolos, um conjunto de 12 rochas que se desprendeu da costa e está plantado no meio do mar.
Passo a noite em Port Fairy. Uma vila costeira igual a todas as outras por onde passei: uma rua principal, casas baixas com jardim relvado, a praia a dez minutos de distância, dois motéis, uma pousada e uma escola de surf. A partir das nove da noite não há ninguém na rua e é difícil encontrar um sítio para beber uma cerveja.
Segundo dia. Mais quilómetros, mais mar. Ainda não está sol, ainda não fui à praia. Paro em Cape Bridgewater que não tem mais nada para além de meia dúzia de casas, uma colónia de focas, uma escola de surf e um percurso desenhado no penhasco onde se pode ver uma floresta petrificada.
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A meio da tarde cruzo a fronteira para o estado da Austrália do Sul e chego a Beach Port. Mais uma praia, um porto.
Beach Port é mais animado do que Port Fairy. No principal hotel da vila há um concerto de uma banda reencarnação dos Credence. Toda a vila está concentrada no acontecimento e toda a gente parece fã da banda. Ou dos Credence.
Como estou um bocadinho cansado de praias bonitas e sinais a indicar a presença, eventual, de cangurus na estrada, considero este concerto o momento mais animado desde a saída de Melbourne.
Beach Port é bonito de manhã. O sol faz bem ao humor – nem sempre acordo bem disposto, mesmo nas férias! Antes de Adelaide mais duas paragens: Robe e Kingston. Robe é mais outra cidade costeira e a monotonia destas cidades vem também do facto de não se poder comer peixe decentemente. Mesmo com o mar ali à frente e com um porto piscatório, toda a gente insiste na especialidade gastronómica local: fish and chips. É desesperante!
Kingston é diferente. Não teria nada de especial - sem praia, sem escola de surf - não fosse uma muito necessária bomba de gasolina e uma renhida competição de Lone Bowl entre os reformados locais e os reformados da cidade vizinha.
Lone Bowl é um jogo de precisão e muito emotivo para quem tem sessenta anos. É semelhante ao jogo da malha, mas jogado por mais pessoas e com bolas que se lançam contra uma pequena bola branca. Joga-se num pavimento sintético e com muito pouco atrito, de forma a que as bolas correm muito lentamente e exigem um grande domínio da velocidade e direcção.
Os cavalheiros vestem-se de branco, com uns sapatos de sola especial e um boné também branco. As senhoras usam uma versão feminina e pouco sexy do equipamento.
Chego a Adelaide ao fim do dia. Não vi coalas nem cangurus.

quarta-feira, janeiro 19, 2005

O resto do território

Começo amanhã as explorações dos outros estados. De Melbourne a Perth, de Sydney a Darwin, de Brisbane a Alice Springs, existe uma quantidade considerável de praias e cidades pequenas que podem constituir um fluxo de clientes não desprezável e necessário para justificar os investimentos nas exportações do Aleixo.

O escalpe

'Está com um problema na cabeça', disse o médico enquanto me examinava o cabelo. Esperei calado o desenvolvimento do diagnóstico. 'Tem uma infecção no escalpe'. 'É grave?', pergunta óbvia. 'Não exactamente.'
'Não exactamente' ou 'Not exactly' no original, é a resposta que me dão quando pergunto se há tubarões na praia. Não ajuda muito, mas elimina rapidamente a vontade eventual que eu pudesse ter de ir dar um mergulho no mar. (Isto não é uma canção dos Xutos?)
Receitou-me um antibiótico e um líquido para colocar uma vez por dia na zona infectada. Até passar.

terça-feira, janeiro 18, 2005

O contacto

Pontual. Estava sentado na Federation Square a ler o jornal, conforme programado.
Um homem de meia idade, bigode, um sotaque demasiado cerrado para se entender. Diz-me que prefere instruções escritas. Num guardanapo escrevo três frases e alguns números. Parto do princípio que já está ao corrente das minhas investigações e que não são necessárias mais explicações. Entrego-lhe o papel. Arruma cuidadosamente o jornal para ler o papel. Aponta-me o verso, pede-me para escrever uma data e uma morada. Escrevo o nome de um restaurante discreto e uma data. Guarda o guardanapo no bolso da camisa, despede-se com um aceno de cabeça e caminha em direcção a Swanson Street com o jornal debaixo do braço.
Não sei de onde veio o contacto. O Pedro fez todo o trabalho de preparação e enviou-me todas as instruções necessárias. 'O contacto trata de tudo, não te preocupes. Diz-lhe o que precisas e dá-lhe tempo.'
O objectivo desta missão, apesar de secreta, é coligir toda a informação possível sobre comércios ilegais no continente australiano, para posteriormente analisarmos, na CMTCONBA, a possibilidade de cooperação com as organizações locais.
Actualmente estamos com dificuldade em escoar auto-rádios e algumas marcas de relógios. As organizações australianas precisam de exportar artigos de surf e carne de canguru.
Por isso, espero ansiosamente pelo dossier com os diversos relatórios de actividade das Organizações Não Governamentais para o Tráfico Internacional, vulgarmente conhecidas por ONG's.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Encontros

Por razões vagamente profissionais conheci, há mais de um ano, meia dúzia de pessoas que vivem e trabalham em Melbourne.
Na manhã em que cá cheguei fui, sem razão especial, beber uma cerveja a um café da Fitzroy Street, The Grocery Bar. Mal entrei encontrei o Paul, uma dessas seis pessoas. Cinco minutos e meia cerveja depois entraram mais duas, o Patrick e a Heather.
Tendo em conta que uma das restantes se mudou, o Adriano me deu alojamento, o Raimondo e a Beth vivem do outro lado da cidade e vou almoçar com eles amanhã, arrumei a questão dos contactos num instante.
Ainda não tinham passado seis horas desde a minha chegada.

O bairro: investigações preliminares

Estabeleci-me temporariamente em casa de um amigo em St. Kilda – um bairro junto à praia, com um porto, uma marina e uma vista fantàstica sobre a baía.
Fitzroy Street e Ackland Street são as ruas principais cá do bairro. Instalei-me na Fitzroy St., por cima de um restaurante italiano com prováveis ligações à máfia. Ofereceram-me duas garrafas de vinho de boas-vindas. Será que me reconheceram?
Convém notar que em St. Kilda a comunidade aborígene parece ter outros interesses e que as forças policiais se mostram cooperantes com o investimento europeu. São amigos dos vizinhos italianos.
Até há pouco tempo este bairro era um subúrbio pouco habitado e muito barato. Alguma coisa aconteceu na cidade e nos últimos anos toda a gente parece estar a mudar-se para cá. O preço das casas aumentaram, abriram-se lojas, hoteis, restaurantes e cafés. Nas ruas que referi é difícil não tropeçar nas pessoas a partir das onze da manhã. Pelo fim da tarde a agitação aumenta conforme o calor e a humidade no ar. Ao fim da noite as ruas estão razoavelmente cheias de garrafas de cerveja, caixas de cartão dos 'take away' tailandeses e pontas de cigarro. Algumas pessoas insistem em ficar deitadas no passeio pela manhã dentro.
As primeiras investigações são feitas por aqui, entre as pessoas, nos cafés e com algumas incursões a outros bairros. Acabo quase sempre a conversar com uma garrafa de vinho australiano e ainda não consegui provar carne de canguru.

domingo, janeiro 16, 2005

A festa

Por acaso, nos dias previstos para a recuperação do jet lag, aconteceram duas festas às quais não pude faltar. Estabelecer alguns contactos rapidamente só facilita a minha pesquisa e ajuda a equilibrar horários.
Estas festas, para quem tem memória das promovidas por nós, não são nada de extraordinário. No entanto não é de desprezar a capacidade de reunir esforços à volta da chegada do Bairro do Aleixo a St. Kilda, Melbourne.
Duas festas numa só noite já é um feito digno de nota.
De um lado temos uma casa particular, uma sala grande, um dj, um frigorífico cheio de cerveja, um balcão com bebidas a vulso, uma varanda para apanhar ar fresco e umas poucas dezenas de pessoas. Uma festa íntima.
Do outro lado temos um bar, com acesso pela porta das traseiras, algumas centenas de pessoas e uma festa temática. Outra festa íntima, mas mais abrangente.
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A CMTCONBA garantiu-me que alguém me iria contactar nos primeiros dias da minha chegada a Melbourne.
Participei na festa – os detalhes vão ser conscientemente omitidos, com excepção para algumas fotos neutras – e esperei o contacto. Estas festas pareceram-me um bom motivo para que o contacto encomendado ao Pedro se manifestasse.
Não aconteceu nada, mas o jet lag passou.

Plano geral: Australia, Melbourne

Austrália no Verão. Melbourne no Verão.
Uma cidade quente e húmida. Prolonga-se por muitos quilómetros de terra. 3,5 milhões de pessoas a viver em casas com jardim. Não se sente falta de espaço aqui, não há ruas estreitas, não parece uma ilha.
O centro da cidade é um bairro comercial, não muito grande, com uma concentração significativa de bares e restaurantes multi-culturais. Está rodeado por outros bairros, eles próprios cidades inteiras. Fitzroy, a norte do centro, South Yarra, a sul e do outro lado do rio, Pahran ainda mais a sul e finalmente St. Kilda, junto à baía e ao porto, são os mais interessantes destes bairros semi-centrais.
Sobre estes bairros tentarei falar mais adiante. Ainda não tive tempo para os conhecer suficientemente bem e os assuntos que nos trazem aqui são outros.
Acabei de chegar.