O Bairro do Aleixo - Digressão Mundial

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Antes de regressar ao Aleixo

Está quase. Vários aviões e aeroportos até ao meu Bairro. Deve estar frio lá.
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Ainda tenho alguns dias por aqui. Podia falar da Louise ‘Sauvage’, que tem o nome do ferry que atraca todos os dias no porto, mesmo à frente da sua janela; ou da Madeleine, jovem activista ambiental, seriamente preocupada com os problemas no Pacífico Sul; ou do Misha, futura estrela do futebol europeu nascido na Tasmânia e representante dos juvenis de Sydney... Mas não vou falar, porque há outras coisas para fazer antes de regressar.
Vou almoçar uma salada de ostras, ler o jornal e beber uma garrafa de vinho.

sábado, fevereiro 19, 2005

Nick

Nasceu e cresceu nos subúrbios de Melbourne. A norte. Tem 36 anos, mas parece um miúdo. Fala depressa, tem um sotaque difícil e voz de desenho animado. Normalmente desloca-se de skate. Não tem problemas com o trânsito nem com estacionamentos. Não precisa de cadeado para prender o skate e a inter-modalidade com os transportes públicos é total. ‘Uma bicicleta não entra num táxi, nem na tua sala de estar, não é?’ Usa diferentes skates, de acordo com o local para onde vai e as distâncias que vão ser percorridas.
Conheci-o numa festa em St. Kilda. Levava o skate de sexta-feira à noite. Discreto e fácil de encostar na entrada de qualquer festa.
Já foi um tipo normal, saudável. Agora dorme pouco, é viciado em estimulantes e tem a pele cinzenta, baça.
Ocasionalmente faz pequeno tráfico, para ajudar ao vício. Demora meia hora a chegar ao centro da cidade em cima do skate, para desenrascar os amigos. Às vezes apanha o comboio para Footscray onde é mais servido e o negócio compensa mais.
Não conhece muita gente, mas consegue tudo o que precisa facilmente. É tímido, tem dificuldades de concentração e tem o hábito de desaparecer a meio das conversas sem se despedir.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Georgie.

Vive num bairro operário, na parte norte da cidade. Vem todos os dias trabalhar numa oficina de automóveis em Surry Hills.
Bebe muito. A partir da hora do almoço ja ninguém confia nele. Anda sempre sujo, as mãos e a roupa cheias de óleo. Na cara tem cicatrizes por causa dos problemas que arranja com os vizinhos e com alguns colegas de trabalho.
Duas vezes por semana vai as putas em Kings Cross. Arranja uma desculpa para sair mais cedo do trabalho, caminha pela Crown St tão depressa quanto a bebedeira permite e faz contas de cabeça às cervejas que não vai poder beber por causa da queca que vai dar. Insulta as pessoas que encontra sentadas nos cafés. ‘Puta. Paneleiro’ Entre outros apelidos em inglês difíceis de compreender. Algumas pessoas já se habituaram a ele. Um dia um amigo disse-lhe que a palavra paneleiro só era usada por quem tinha a pila pequena. Ele não percebeu.
John, que trabalha numa das lojas da rua, treme sempre que o vê. Tem medo que ele um dia se aproxime demais, lhe entre na loja, lhe faça mal. Se por acaso se cruza com ele, tenta atravessar a rua, tenta disfarçar. Ele sabe que Georgie não é má pessoa. É só infeliz e não tem uma vida fácil.

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Mrs. Therese Benzie

Veste-se sempre de preto. Nasceu nos arredores de Sydney há sessenta anos, tem o cabelo todo grisalho, muito fino.
Nunca quis casar e mudou-se muito nova para o centro da cidade. Trabalhou em várias lojas, cafés e restaurantes. Um dia decidiu, com umas amigas, abrir um estabelecimento de diversão para homens. Alugaram uma cave numa pequena rua, prependicular a Darlinghurst St. e começaram a produzir números de strip tease. Eram novas, era o início dos anos sessenta em Sydney e a actividade era relativamente perigosa.
Na cave ao lado existia uma discoteca. Abria só à noite e repartiam durante algumas horas o porteiro. Um pugilista falhado, roubado a um policial americano.
Durante quase vinte anos, Mrs. Benzie viveu assim. Nos anos oitenta, já com uma reputação mais do que consolidada, decidiram mudar-se para uma cave maior, numa das ruas principais do bairro. Chamaram ao novo bar Hotel Double X e puseram um grande néon na fachada.
Poucos anos depois o negócio espandiu-se. Abriram uma loja com adereços para homens e mulheres. Alugaram o primeiro andar do edifício para construirem um departamento de eventos privados, com bar e restaurante de luxo. O estabelecimento principal funcionava vinte e quatro horas por dia, o que fez com que o movimento de pessoas na rua não parasse nunca. As outras lojas também prolongaram o horário de trabalho.
Vendeu a sua parte do negócio há meia dúzia de anos. As amigas que fundaram a empresa com ela reformaram-se mais cedo.
Agora passa os dias a passear, a visitar velhos amigos e amigas. De vez em quando gosta de visitar algumas das novas casas para ver as novidades, conversar com alguém. Recentemente foi nomeada membro honorário da direcção do festival Mardi Gras.
Todas as manhãs sai de casa, bebe um café com leite na Springfield Avenue e senta-se junto a fonte a fumar um cigarro.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Sydney

É uma cidade bonita para se caminhar. É nova, extensa e fácil de habitar. Parece leve, principalmente no Verão. Não é uma cidade triste, não é capaz de causar grandes impressões, nem de ficar gravada na memória. Exige fotografias. Parece consumível, comestível. Como uma salada fresca que se come a olhar para o mar. É uma cidade com energia, mas de rápido desgaste. É uma cidade de calções e chinelos.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

O dia começa aqui

O diário mais lido nas Fiji orgulha-se de ser o primeiro jornal a ser lido no mundo, hoje! O dia seguinte começa primeiro aqui e nalgumas das ilhas vizinhas. Só depois é que se espalha pelo globo. Não é extraordinário ser uma das primeiras duzentas mil pessoas do planeta a chegar ao fim de semana?

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Malaa

Lê-se ‘malá’. É natural de Suva. Tem os olhos brilhantes e cabelo muito escuro. Gosta de falar. Está desempregado e passa os dias no centro da cidade com os amigos. Duas vezes por semana vai ao centro de emprego confirmar que não tem trabalho. Vive da ajuda de amigos e familiares.

Já trabalhou na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Sempre em empresas de construção civil. Agora diz que está cansado de andar de país em país. Queria encontrar uma mulher de quem gostasse, viver em Viti Levu, perto da irmã, perto dos sobrinhos.

Encontrei-o num bar de kava. Ensinou-me a preparar a bebida, explicou-me como se batem as palmas antes e depois de beber, esclareceu-me sobre a boa e a má kava.

Todos os dias ao fim da tarde senta-se no Dee Dee’s e bebe até à noite. Conversa com quem aparece. Música é um dos seus temas preferidos. Ouvem discos no computador do Fuata. Fazem cópias piratas. Prepara-se mais kava.

Quase sempre aparecem os Exodus, uma banda de velhos decadentes que tocam reagge e ska. Trazem num cd algumas gravações do último fim de semana. Ouvem, pedem opinião, bebem duas taças e vão embora. Melhorar os arranjos, regravar a bateria, acrescentar um solo de guitara.

Malaa fica sempre. Quando as lojas do outro lado da rua fecham as portadas põe um banco no passeio e pede a Fuata para preparar mais um pote de bebida.

Hoje encontrei-o deitado no jardim, perto da biblioteca. Estava muito calor. Tinha passado a manhã no centro de emprego.

Fuata

É novo. Estuda na universidade durante a manhã. Durante a tarde prepara kava e faz pequena pirataria de música. Todos os dias das quatro da tarde até à meia noite, prepara vários litros da bebida milagrosa. Bebe com os clientes porque é impossível não beber. Convida os amigos para lhe fazerem companhia e vai vendendo entre vinte e trinta discos por dia. Produz exemplares únicos com selecções da sua autoria do melhor ska das Caraíbas, da melhor pop de bandas do Pacífico Sul, das melhores versões de canções do Bob Marley. Fuata gosta de viver em Suva, gosta da ilha de Viti Levu e não quer sair, não quer experimentar ir para a Nova Zelândia ou para a Austrália. Tem medo.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

O cheiro de Suva

Não há vinhas nas Ilhas Fiji, mas o cheiro de Suva tem o aroma das uvas maduras, em Setembro.

Em certas ruas é mais intenso e sobrepõe-se aos escapes dos autocarros velhos, a diesel, que circulam às dezenas; sobrepõe-se ao cheiro a comida, a caril, que sai dos quiosques junto ao rio; mistura-se com o cheiro a papaia acabada de colher que sai do mercado.

Parece que o cheiro a uvas vem das montanhas e aterra aqui, no meio da cidade, antes de chegar ao mar.

A cidade arrefeceu ligeiramente enquanto estive em Tuvalu.

terça-feira, fevereiro 08, 2005

Suva

É a maior cidade do Pacífico Sul. Tem cem mil habitantes. É agitada, comprimida. Tem prédios altos, bancos, multinacionais. É uma cidade multi-étnica, multi-racial e multi-cultural. Feia, muito feia. Com um poder de atracção muito difícil de explicar e de entender! Tem a única universidade da região, tem um museu, uma grande biblioteca, livrarias pequenas, seis salas de cinema com filmes americanos e indianos. Tem cabeleireiros, cafés e centros comerciais. Emigrantes ilegais, restaurantes chineses, japoneses, tailandeses, italianos e norte-americanos. A República da China está à frente na colonização comercial e política da cidade e do país. Há comunidade gay, há yuppies, artistas e intelectuais. Há restaurantes como este onde almoço, bares e casas de apostas. Há prostitutas e seguranças na entrada dos bares. Há pessoas insuportáveis que insistem em estender-me a mão, em perguntar de onde sou e onde estou a viver, há taxistas desonestos e uma escola de medicina. Há meia dúzia de cafés que sabem o que é um café expresso e há lojas de vinho com vinhos neo-zelandeses, australianos, franceses, italianos e vinho do Porto da Califórnia. Tem parques verdes, estradas congestionadas, uma equipa de ragueby, uma feira com chinelos a dois dólares que magoam os pés e um império de edifícios de negócios chineses. Tem uma frota de autocarros velhos invejável, estações de serviço da BP e prédios em construção. Suva tem uma diferença horária de 12 horas em relação a Lisboa.

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

As crianças

As aulas ainda não começaram. Passam as horas de menos calor a jogar à bola no relvado ao lado do aeroporto. Os mais velhos jogam volley num campo improvisado numa das pontas da pista de aterragem.

Ninguém em Tuvalu viu um jogo de futebol a sério. As bolas que usam para jogar já nem retêm o ar e rolam mal pela relva. Sabem os nomes de quase todos os jogadores importantes e entusiasmam-se quando digo que sou português, da Europa.

Querem jogar comigo e acreditam que em Portugal toda a gente é como o Figo ou como o Cristiano Ronaldo. Jogo à baliza e depressa desistem de mim e das minhas capacidades futebolísticas. Sento-me a ver.

Cansam-se depressa de jogar uns com os outros, sentam-se comigo, fazem piruetas e deixam-se fotografar enquanto fazem caretas.

São os meus primeiros amigos tuvaluanos.

As aulas vão começar na próxima semana. Todos querem ir para a escola e depois para a universidade, especialmente as raparigas.

Quando está demasiado calor para jogar à bola, passam as tardes na praia. A tomar banho, a apanhar peixes e a brincar com garrafas e latas vazias.

domingo, fevereiro 06, 2005

Kaiau

Tem pouco mais de trinta anos. É um polinésio grande e forte. Fala inglês com uma voz firme. É polícia e responsável pelo departamento de conservação da natureza da câmara municipal. É ele quem dá autorização e quem leva as pessoas às ilhas que são reservas naturais. Só saiu uma vez de Tuvalu. Para estudar em Suva. Regressou para trabalhar em Funafuti, casou, teve dois filhos. É feliz. Gosta de Tuvalu e não percebe a razão para eu apanhar um avião mais cedo do que o previsto. ‘Afinal nem chegaste a ir às ilhas!’ Confirmo. Nem me atrevo a dizer que afinal fui com o Eddie, num barco de alumínio.

Eddie, o lobo do mar

Tem mais de 60 anos e chama-se a si próprio lobo do mar. Não põe nenhum sentido romântico na expressão. Gosta de mergulhar na lagoa ou de pegar num barco de alumínio e ir para o outro lado do atol desafiar as ondas que vem do Pacífico, procurar tubarões, comer coco e beber cerveja deitado numa praia deserta.

Conhece toda a gente em Tuvalu. Trabalhou até há dez anos em vários barcos, atracou em todos os portos. Fala das cidades como se de portos se tratasse. Esteve várias vezes em Lisboa ‘e noutro porto mais a norte, perto de Espanha’.

Não tem tatuagens, braços grossos ou barba grande. Não fuma cachimbo.

Nasceu em Tuvalu, é polinésio e gosta de estar quase reformado em Funafuti. ‘É um país calmo, pacífico, quente.’

Sorri quando lhe pergunto o que é que vai acontecer às pessoas se as ilhas desaparecerem. ‘Não vão desaparecer. Isto não pode desaparecer’. Não acredita e nem sequer se assusta com a meia dúzia de jornalistas e fotógrafos que chegam a Tuvalu para filmar e fotografar as marés altas que vão inundar o país. ‘Isto já acontece há mais de cem anos e só agora é que se lembraram do aquecimento global!’

Eddie gosta das pessoas, não tem medo das marés, mas admite que a um tsunami seria difícil sobreviver.

Conhece de cor os corais e as correntes da lagoa, conduz o pequeno barco de alumínio por cima das ondas em direcção ao outro lado da lagoa. ‘Lá há mais peixes, menos pessoas. Não há cerveja. Ainda bem que trouxemos uma geleira cheia.’

Funafala

Podia ser a palavra para paraíso em tuvaluano. Soa bem. É fácil de memorizar.

Fica no atol de Funafuti, no outro lado da lagoa. Num pequeno barco de Funafalaalumínio demoramos pouco mais de duas horas a lá chegar.

Vivem lá cerca de 20 pessoas. Comem coco, algumas raízes de plantas que não sei nomear, algum peixe e bananas.

Não há mais nada em Funafala, ninguém lá vai durante meses e mesmo nas marés altas fica fora dos artigos sobre o aquecimento global.

Tem um areal a toda a volta e muitos corais. Água verde e azul, quase quente. O barco fica atracado na areia e pode-se nadar até uma outra pequena ilha que fica em frente. Uma ilha com três coqueiros e alguns arbustos.

Não há lixo em Funafala, não há o lixo que não faz parte da natureza: algumas folhas das árvores, cascas de coco espalhadas no areal e um ou outro pedaço de madeira que deu à costa recentemente.

Quase tudo em Tuvalu é assim. Só Funafuti está longe do paraíso.

O paraíso

Teoricamente ninguém em Tuvalu sofre mais privações do que as impostas pela insularidade. O estado tem uma economia oficialmente saudável, em comparação com as outras ilhas do Pacífico, que assenta nas exportações de peixe, na filatelia, nos direitos de utilização do domínio .tv e nas ajudas financeiras do governo da República da China (ou Taiwan).

O que se vê é ligeiramente diferente. As pessoas vivem em casas de madeira podre com telhados de folhas de coqueiro. Casas com uma única divisão e um anexo para armazenar cocos e criar porcos e galinhas. Algumas casas têm depósitos de água, mas a maior parte usa depósitos comunitários. Com as casas de banho acontece o mesmo.

Grande parte das casas estão assentes em pilares por cima dos lagos criados pelas chuvas, usados durante muito tempo pelos ingleses para armazenar e produzir asfalto. Estes lagos servem agora para armazenar todo o tipo de lixo, incluindo os esgotos das casas. As pessoas que vivem nestas casas, aproveitam a acumulação de latas e garrafas para construir pontes de acesso às casas e ao outro lado dos lagos.

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Não há fome ou subnutrição em Tuvalu, graças à quantidade de peixe que existe na lagoa e no oceano. A poluição que onze mil pessoas produzem não é suficiente para matar os peixes.

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O nível de instrução é bastante elevado. Há muitas crianças e todas elas vão à escola em Funafuti. Os tuvaluanos em idade universitária, facilmente vão estudar para a Universidade do Pacífico Sul, em Suva, ou para uma universidade neo-zelandesa.

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Ninguém em Tuvalu parece interessado no fenómeno .tv. Tudo o que se escreveu sobre as receitas da venda do domínio, toda a fama internacional do país depois disso, pouco ou nada interferiu na vida dos tuvaluanos.

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Também ninguém acredita que o país se está a afundar. Não há evidências disso e parece ser melhor ignorar do que viver angustiado e sempre a pensar no aquecimento global, num país onde a temperatura raramente desce dos 30 graus. Mesmo os estrangeiros que cá vivem preferem pensar nos outros problemas do país.

No entanto houve contactos do governo com os países vizinhos, para averiguar da disponibilidade destes em acolher a população em caso de necessidade.

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O que parece ser indiscutível é o facto da poluição visível no atol, ser da total responsabilidade dos habitantes.

O turismo traz a Tuvalu cerca de 50 a 70 pessoas por ano e essas pessoas são as únicas que se preocupam com a poluição. Talvez por ser impossível tomar banho na bonita lagoa de Funafuti.

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Tuvalu não tem espaço para construir uma estação de reciclagem ou de tratamento de resíduos. Nem dinheiro, segundo fontes oficiais. Se tivessem dinheiro teriam de a construir numa das ilhas que são reserva natural.

O custo de transportar o lixo de barco para outro país também não compensa e não há muitos países interessados em receber latas de cerveja e garrafas de plástico de Tuvalu.

Entretanto o solo de Funafuti vai sendo substituído por uma mistura de coral, cocos e folhas de coqueiro, garrafas de plástico, vidros, latas, cartões e todas as substâncias que chegam de barco e avião e não saem mais do atol.

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A lagoa de Funafuti é das coisas mais bonitas que eu já pude ver. Se está sol, a água varia de tom entre o verde e o azul, veêm-se os corais, os coqueiros dobram-se sobre o mar e as ondas são muito calmas. Onde há areal há quase sempre crianças. Há também alguma pocilga construída em cima da água ou um canal que escoa os esgotos de duas ou três casas para a praia.

A lagoa é muito grande e aberta. Tem cerca de 25 km por 18 km, mas é calma e as ondas não movimentam muito a água. A espuma junto às praias de coral não dá muita vontade de tomar banho.

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A grande diferença entre Tuvalu e os outros países do Pacífico Sul é o facto de em Tuvalu não haver resorts turísticos. Aqui é tudo real. As casas em cima de estacas sobre a água são de pessoas que não conseguiram construir noutros locais, não são unidades hoteleiras.

Não há espaço para resorts, não há praia suficiente para bungalows.

Os paraísos precisam de muito espaço: espaço para paraíso e espaço para casa das máquinas.